DIÁCONO JÚLIO FARIA
Eram oito horas da manhã quando o
telefone tocou. O tom de voz, vindo da
Alsácia francesa, era claro e anunciava o pior: «o meu pai morreu esta
madrugada às 5.00», dizia-me um dos filhos do «nosso» diácono Júlio.
Tinha sido hospitalizado.
A Bina, sua esposa, chorosa ao telefone
dizia-me que ele tinha manifestado vontade de ser sepultado em Barcelos, a sua
querida terra, aonde voltava sempre com imenso orgulho e se relacionava facilmente
com todos.
Quem não se lembra dos seus «saltos»
alegres na noite de Páscoa a gritar com todas as forças a ressurreição de
Cristo? E a alegria que transmitia ao presidir, ano a ano, ao Compasso pascal,
entrando com todo o seu à vontade nas casas dos barcelenses, que bem conhecia e
estimava?
Fica-nos a dor da sua partida. Mas fica-nos
sobretudo a memória de um homem servidor (diácono) do EVANGELHO da alegria.
Ao Júlio dizemos um «até logo», na
certeza da mesma fé que o animou ao longo da sua existência de que o nosso fim
terreno coincide com o nosso princípio de vida em plenitude nos braços de Deus
Pai misericordioso. Ele deu já o maior «salto» de alegria porque crente na
Ressurreição de Jesus. O «salto» de um homem de baixa estatura, aquele que nós
presenciávamos, tornou-se agora o salto de um gigante, ao passar do terreno ao celestial.
À Bina, sua esposa, aos filhos e netos e
restantes familiares, a certeza da nossa presença espiritual comungando da dor
da sua partida.
11 de Setembro de 2020
Mons. Manuel Ferreira de Araújo
1942 - 2019
Tendo falecido na passada quinta-feira, foi ontem, 25 de Maio de 2019, a sepultar, em Macieira de Rates, sua terra natal, Monsenhor Manuel Ferreira de Araújo, após exéquias solenes na Igreja das Caxinas, Vila do Conde, onde exerceu o ministério sacerdotal nos últimos anos, seguidas de missa de corpo presente na sua terra natal.
Apesar da sua saúde débil, nada fazia esperar que partisse tão cedo do meio de nós. Os barcelenses sentem de modo especial a sua morte, tantos eram os amigos que granjeou nesta terra, sobretudo nos onze anos (12-09-1993/26- 09-2004) que aqui esteve como pároco.
O Prior de Barcelos apresentou à família sentidas condolências em nome dos paroquianos de Barcelos que, em grande número, participaram nas cerimónias do seu funeral.
E convida para as missas de sétimo dia em Barcelos: Quinta-feira, às 19.00 na Igreja Matriz; Domingo, às 12.15 no Senhor da Cruz
Pe. ALCINO DA CUNHA PEREIRA
N. 22-01-1928 F. 31-01-2016
Faleceu no dia 31 de Janeiro de 2016, o Pe. Alcino da Cunha Pereira, com 88 anos.
Natural de Santa Eulália de Arnoso, Vila Nova de Famalicão, nasceu a 22 de Janeiro de 1928 e foi ordenado sacerdote a 15 de Agosto de 1952.
Nesse mesmo ano foi nomeado pároco de Moselos, Paredes de Coura. Em 1961 foi nomeado pároco de S. Tiago de Carapeços e Sta. Leocádia de Tamel, Barcelos, tendo sido dispensado destas paróquias, a seu pedido e por razões de idade, em 2006.
A missa exequial será celebrada amanhã, terça-feira, dia 02 de Fevereiro, às 10h00, na Igreja Paroquial de Carapeços, Barcelos, indo depois a sepultar no cemitério local.
N. 08-04-1928 F. 02-04-2015
Faleceu na passada quinta-feira santa o P. José Carlos da Costa Seara, de 87 anos de idade, que iria completar na próxima quarta-feira. Ofuneral foi celebrado na sexta-feira, dia 3 em Arcozelo. Amissa de 7º dia será celebrada na próxima quarta-feira, às 19.00 na Igreja de Arcozelo. Que descanse em paz. Sentidos pêsames à família e à Paróquia que serviu.
O P. Seara serviu na Paróquia de Arcozelo desde 1955 a 2004, assumindo em 2005 a capelania da Santa Casa da Misericórdia. Prestou ajuda à nossa Paróquia e era um sacerdote dedicado e prestável.
Arcozelo tem agendada uma homenagem para o próximo sábado, com celebração da Eucaristia às 14.30 na igreja de S. Mamede e descerramento de um busto, como sinal de gratidão por uma vida dedicada aos seus paroquianos. Esta homenagem estava agendada com ele e, apesar da sua morte, mantém-se como estava prevista, sendo o senhor Arcebispo que vai presidir à Eucaristia.
Era manhã cedo. Como combinado, encontrar-se-ia com um colega sacerdote em Braga. Este esperou-o até receber a notícia.
No templo do Senhor da Cruz, ou no cemitério de seguida, tudo para mim era um dia de trabalho normal. Até que a notícia chegava e se impunha: o P. Arlindo morreu.
Inacreditável? Revolta? Aceitação?
Desloquei-me de imediato para poder observar o seu corpo frio e rezar. Afinal de contas, para confirmar as palavras que tinha dirigido aos fiéis no cemitério acerca da morte e, sobretudo, do Amor de Deus que a vence. Confirmar, uma e mais vezes, que Deus não nos abandona na morte e nos dá as razões para a esperança. Como só Ele sabe fazer. E acrescentar: a vida é um dom, a acolher, desenvolver e agradecer. Não um direito, como tantas vezes a julgamos.
Diante do rosto sereno do P. Arlindo, já do outro lado, o da visão beatífica de Deus, que nos é anunciada para todos, recordo estes dois anos de convivência estreita, na partilha de preocupações comuns, de desabafos e de encorajamentos mútuos, recordo a trajectória que lhe conhecia e os parabéns que lhe apresentei quando, depois de tantos anos em Vila do Conde, teve a coragem de deixar uma missão e partir para outra, na emigração. Ditava-lhe o dever de cuidar da saúde, ajustando o ritmo de trabalho às suas condições físicas. Recordo-o, sobretudo, quando, há mais de dois anos, o sentia desejoso de, deixando a Suíça, se tornar útil no ministério sacerdotal, como colaborador na Paróquia. Que o foi, leal e sincero, generoso e permanentemente disponível. Recordo-o quando, há mais de um ano, lhe dizia que era bom aceitar o convite do senhor Arcebispo para assumir a missão na Misericórdia. Em tudo ele se mantinha fiel à colaboração leal entre colegas.
Há dois anos, ao dar-lhe as boas-vindas à Paróquia e depois de apresentar esta ao sacerdote que chegava (cr. boletim paroquial de 26/SET/2010), escrevia eu: «Esperamos estar à altura e capazes de aprender de uma experiência pastoral muito rica e diversificada, dos dons que nele depositou e dos quais nós seremos beneficiários. Dentro da diversidade de dons e carismas que o Senhor concedeu à sua Igreja, muito terá a nossa Paróquia a beneficiar da presença do P. Arlindo, que esperamos seja muito longa, pois que o ministério sacerdotal resiste à idade, à doença e ao desgaste natural ou artificial. O P. Arlindo chega na hora certa».
E chegou, acrescento agora. Bem o desejávamos por mais tempo. Aceitamos os desígnios de Deus e damos graças pelo dom recebido:
- Com ele, aprendemos a apreciar a beleza, a arte, a natureza: falava com gosto das maravilhas da Suíça e estava entusiasmado a levar lá os colegas padres em Julho próximo;
- Com ele, ficamos mais ricos na simplicidade no estar, na contemplação do mistério, no amor à Igreja, na centralidade da Eucaristia, na abertura a novos meios de comunicação;
- Com ele, sentimos que vale sempre a pena a disponibilidade no serviço, a resignação diante das fragilidades no campo da saúde, que nunca impedem o sonho.
Até logo, P. Arlindo
P. Abílio Cardoso, Prior de Barcelos
Boletim Construir Nº. 47 - Barcelos, 18 de Novembro de 2012
PADRE ARLINDO CHAVES TORRES
Data do nascimento - 22.01.1939
Data da ordenação - 15.08.1962
Data do falecimento - 13.11.2012
A PÁSCOA DO PADRE ARLINDO
No dia 13 deste mês (Novembro de 2012), o nosso Padre Arlindo foi promovido à VIDA ETERNA. Esperava, tranquilo, pelo autocarro para Braga no Lugar do Carvalhinho, onde a nossa freguesia entronca na Estrada Nacional 103, e recebeu do Senhor da Vida uma boleia para a viagem definitiva que veio rematar o seu percurso de 73 anos de vida e 50 de Padre: a sua Páscoa.
Às 18 horas celebrei a Eucaristia por ele na capela das Irmãs de S. José de Cluny, em Fátima. Nem de propósito, o Evangelho falava do "bom servidor" e concluía assim: «Deve o senhor estar grato ao servo por ter feito o que ele mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: "Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer"» (Lc 17,7-10). Evoquei a parábola: «Servo bom e fiel, entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,21). E lembrei-me da exortação de S. Francisco de Assis aos seus confrades, no fim da vida: «Irmãos, comecemos a servir o Senhor, porque até agora ainda nada fizemos.» Depois, na Hora de Vésperas, o Responsório Breve fez-me rezar: «Dar-me-eis, Senhor, a alegria plena da vossa presença». Tudo convidava a uma leitura crente do acontecimento, neste Ano da Fé.
A vida e o sacerdócio são dons totalmente gratuitos, que não merecemos; só os podemos agradecer, investindo-os ao serviço dos outros. E o Arlindo soube fazê-lo. Admirava nele o gosto de viver e de ser Padre. Nos vários lugares onde serviu a Igreja, desmultiplicava-se na ajuda aos colegas. Sabia que o sacerdócio não é uma profissão, mas uma vocação a que se responde cada dia na fidelidade. Por isso, em vez de gozar de uma reforma dourada, era capelão da Misericórdia e colaborava na paróquia de Santa Maria Maior em Barcelos, na sua paróquia de Areias de Vilar e nos Irmãos de S. João de Deus. E com que entusiasmo não preparou ele a festa das suas Bodas de Ouro, no dia 15 de agosto passado! Dos três colegas de Escola, foi ele justamente o centro da festa e das atenções. Era o mais novo, e foi o primeiro a ser promovido. Louvado seja Deus! Perto da vida, como um freelancer, chegava sempre em cima da hora com as fotografias do último acontecimento. Vou ter saudades das muitas mensagens que trocávamos por e-mail, e vai-me doer muito retirar virtualmente dos meus contactos arlindotorres@gmail.com. Quem vai informar-me, poucos minutos depois, das mensais "Conversas do Claustro", na nossa bela e restaurada igreja de Vilar de Frades?!
Ontem, quase numa tentativa de o ter mais tempo comigo, passeei longamente pelo seu site www.rezaravida.net. Revi as fotografias das nossas Bodas de Ouro, a sua viagem à Suíça em maio e a celebração da Eucaristia nos 512 anos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos e no seu encerramento. Mas, o que mais mo fez presente, foi a liturgia do próximo domingo, que ele já lá tinha introduzido, como pastor solícito dos muitos internautas que o seguiam. E, no topo do texto, duas imagens simbólicas: a palma da mão aberta amparando a chama de uma vela, símbolo da fé, e um belo pôr-do-sol sobre um rio serpenteando a caminho do mar. Sobram mais palavras!
O Padre Arlindo partiu em plena Semana dos Seminários, quando as comunidades cristãs são convidadas a rezar pelo aumento e perseverança das vocações sacerdotais. Não podem esquecer: os sacerdotes que desejam, terão de sair dentre os seus jovens com generosidade e inteligência para entregar a sua vida, sendo felizes e dando felicidade a muitos. Quem será o primeiro, de Vilar, a seguir o Padre Arlindo?
Frei Joaquim Lopes Morgado, ofmcap, conterrâneo, colega de Escola e de Sacerdócio
Boletim Construir Nº. 48 - Barcelos, 25 de Novembro de 2012
PADRE JOSÉ MARIA MIRANDA AVIZ PEREIRA DE BRITO
1919 - 2011
Faleceu a 20 de Outubro de 2011, no Lar da Misericórdia onde vivia, o senhor P. José Maria Miranda Aviz Pereira de Brito, com 92 anos de idade. Ele tinha sido baptizado na nossa igreja Matriz a 08 de Setembro de 1920, como consta do Livro de Registos de baptismo da nossa Paróquia, e lhe foi lembrado aquando da sua presença, pela última vez, na igreja Matriz, por ocasião da celebração/homenagem dos seus 90 anos de idade (nasceu a 20 de Agosto de 1919).O seu funeral contou com uma presença bem notada de quatro dezenas de sacerdotes e muito povo, particularmente na última celebração antes de ir a sepultar, na Igreja da Silva, conforme seu desejo expresso dada a sua ligação intensa e afectuosa àquela Paróquia, que serviu no ministério sacerdotal durante 35 anos.
A família, a quem a Paróquia saúda e a cuja dor se une pelo falecimento deste ilustre paroquiano, apresentamos sentidas condolências, gratos que estamos, com ela, a todos os que participaram no funeral e nas missas de 7º dia celebradas na terça, quarta e quinta-feiras passadas.
Boletim Construir Nº. 44 - Barcelos, 30 de Outubro de 2011
ERMELINDA FERREIRA DE ARAÚJO
Vítima de brutal acidente, faleceu a D. Ermelinda. Assim a conhecia e tratava a comunidade que ela, durante cerca de dez anos, serviu tão dedicadamente, ao lado do seu irmão, Mons. Ferreira de Araújo, Prior de Barcelos.
Recomendamo-la às orações de todos e convidamos toda a comunidade a participar nas missas de 7º dia, que serão celebradas:
- na Terça-feira, às 15.30 na Igreja da Misericórdia
- na Quinta-feira, às 19.00, na Igreja Matriz.
Boletim Construir Nº. 8 - Barcelos, 25 de Fevereiro de 2007
Alegre e serena a Ermelinda serviu
Há vidas e vidas. Vidas com sentido e vidas sem sentido algum. Vidas cheias e vidas vazias. Vidas-fardo e vidas-hino. Vidas-derrota e vidas-vitória. Vidas com alegria e esperança e vidas amargas e sem horizontes...
Mas como olhar e classificar as vidas? E será legítimo catalogar as vidas?
Diria que os catálogos e classificações dos homens podem não ter qualquer sentido diante dos olhares de Deus sobre cada um de nós. Se Ele nos ama e nos olha como se fôssemos únicos no mundo!...
A morte e o funeral de alguém apresenta-se, entretanto, como aquela oportunidade única para um olhar mais verdadeiro e imparcial. É o momento da síntese, do balanço, de um ver de conjunto. Diante da morte, interrogamo-nos sobre o que foi ou que é o essencial.
A D. Ermelinda – como a conheciam os barcelenses – faleceu. Vítima de brutal acidente de viação, ocorrido em quarta-feira de cinzas, 21 de Fevereiro, Ermelinda Ferreira de Araújo foi a sepultar dois dias depois, na Sexta-feira, com exéquias solenes nas Caxinas, onde servia na paróquia confiada aos seus irmãos padres, e em Macieira de Rates, de onde era natural.
Que dizer dela que não soe a elogio de circunstância, tantas vezes feito de palavras bonitas mas que não passam disso mesmo?
Quem não privou de perto com ela colhe de terceiros referências fundamentais. Mas o funeral apresenta-se como aquele momento único em que se aprecia uma vida no silêncio do coração, na oração que brota à mistura com lágrimas. E aí, o povo disse um elogio ímpar na sua presença silenciosa e esperançosa.
As palavras, poucas mas sentidas, de uma celebração festiva, de ressurreição como só os que acreditam podem fazer, disseram-na mulher fiel, alegre e entregue a uma missão, que desempenhava com generosidade, discreção e serenidade. E porque vivia serena e confiante, transmitia a todos serenidade e paz.
Foi assim que ela serviu. Foi neste estilo que ela encheu a sua vida de todos os dias. E foi assim que o Arcebispo Primaz a olhou, virgem não pelo facto de ser solteira e entregue totalmente ao serviço do ministério sacerdotal dos irmãos, mas porque fiel àquele que desposara, o Esposo Divino, que amava acima de tudo e n’Ele encontrava a razão da sua paz interior.
Também na morte, ou melhor ainda, sobretudo na morte, se pode ver que vidas valeram a pena... E diante de tantas vidas, que consideramos vazias e sem sentido, descobriremos a diferença.
Só Deus enche o coração humano. E, porque serviu fielmente, a Ermelinda vivia cheia de Deus. É esse o grande elogio fúnebre que, de verdade, lhe fazem os que a conheceram nos dez anos que ela serviu na paróquia de Santa Maria Maior de Barcelos.
P. S. – Texto escrito dias depois do seu funeral e enviado a um jornal local, que o não publicou. A paróquia de Santa Maria Maior manifestou já a sua gratidão e comunhão de dor e de sufrágio nas Missas de 7º dia na Matriz e de 30º dia no templo do Senhor da Cruz.
O Prior – P. Abílio Cardoso
Boletim Construir Nº. 12 - Barcelos, 25 de Março de 2007
Irmã Florinda da Silva Cordeiro
Faleceu na passada quarta-feira, em Arcozelo, a Irmã Florinda, com 94 anos de idade, conhecida por Ir. Santo Amândio. Ela veio para a casa do Menino Deus em 1956 e aqui cumpriu a sua missão durante cerca 50 anos com a maior dedicação, exercendo as funções de Educadora de Infância das meninas. Era responsável pela catequese, sobretudo preparava com esmero as crianças para a primeira comunhão. A cruzada Eucarística era outra actividade que acompanhava com amor, incutindo nas crianças o amor a Jesus Eucaristia.
Foi com a Irmã Florinda que se iniciou a Valência de Creche na Instituição. Mais tarde, a Ir. Florinda dedicava-se ao serviço de sacristã, liturgia e mestra de canto.
A simplicidade e a grandeza de alma emergiam de uma vida totalmente entregue a Deus e aos Irmãos. Com facilidade mergulhava na intimidade de Deus. Oração – Vida.
Os últimos dias foram, para a Ir. Florinda, uma caminhada Pascal que a levou à plenitude da Ressurreição.
A missa do 7º dia será celebrada no dia 14, quartafeira, às 19h00, na Capela da Casa do Menino Deus.
Boletim Construir Nº. 10 - Barcelos, 11 de Março de 2007