Este Agrupamento do CNE acolhe não só escuteiros da paróquia como das paróquias vizinhas.
FIDELIDADE AO MOVIMENTO
(23.05.2013)
Mensagem do Sr Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge
Ortiga, dirigida ao CNE, por ocasião dos 90 anos da fundação do movimento em
Portugal.
O
pensamento hodierno está dominado por uma certa tendência de relativismo, numa
vontade de se adaptar ao mais conveniente ou ao que poderá proporcionar maior
satisfação pessoal. Daí que algumas palavras estejam a ser “retiradas” dos
comportamentos quotidianos das pessoas e das instituições.
Situo
neste contexto a “fidelidade” por aquilo que ela significa e, particularmente,
por aquilo que ela supõe e exige. Só que, importa reconhecê-lo, não é a sua
maior ou menor aceitação que permite o aquilatar da sua importância para a
sociedade e para a Igreja. Talvez o prestar-lhe pouca atenção explique a
situação de muitos setores da vida humana.
Daí
que, ao celebrar os 90 anos do C.N.E., me atreva a solicitar um acolhimento
efetivo duma fidelidade ao Movimento, para que ele seja aquilo que motivou a
sua fundação. Urge ir sempre às raízes: aí encontramos o caminho para o
presente com garantias de continuidade no futuro.
Reconheço
ser necessário um conhecimento do contexto social e eclesial que possa
justificar um enquadramento marcado pela inovação pedagógica. Fundamental é
que, na linha do Fundador, a dimensão religiosa não seja esquecida, de modo a
que o “Escuta se orgulhe da sua fé”, conscientes de que, no C.N.E., é a fé
católica como a Igreja a propõe.
A
coincidência deste aniversário com a celebração do Ano da Fé não pode ser
desconsiderada. Para mim, indica um sentido a percorrer, aceitando como
inquestionável o serviço à Fé que poderá dar um sentido à juventude e fazer com
que esta cresça na liberdade de se sentir Igreja Católica, com as implicações
teóricas e práticas que isto possa trazer. A hora atual não se pode contentar com
as ambiguidades. Deve aceitar a autenticidade e não percorrer caminhos que
desvirtuem um itinerário percorrido por milhares de escuteiros.
É
neste sentido que, neste aniversário, louvo a Deus por quantos se
disponibilizam por servir a juventude em nome e como Igreja. Peço, ao mesmo
tempo, que ousemos não fugir da rota ainda que possa ser exigente.
Fazendo
isto, estaremos a homenagear D. Manuel Vieira de Matos e a dizer-lhe que a sua
obra está a produzir os frutos da semente que ele colocou em Portugal. Esta é a
verdadeira homenagem!
Cantemos
hinos de ação de graças pelo trabalho incansável de tantos que nos antecederam.
Saibamos ser dignos continuadores. Estejamos “alerta” de modo que nos
“orgulhemos” de ser, verdadeiramente, Corpo Nacional de Escutas. Como sucessor
de D. Manuel Vieira de Matos, presto a minha homenagem a esta peleia de
homens-novos marcados pelo ideal Escutista. A todos um bem-haja e que o
entusiasmo nunca esmoreça!
Uma canhota escutista,
† Jorge Ortiga, A.P.