
Pe. João António Pinheiro Teixeira
A felicidade aumenta a produtividade
Não tencionava
voltar tão cedo a este assunto. Todavia, os últimos desenvolvimentos na
aplicação do relatório da comissão independente para avaliar setenta anos de
abusos na Igreja portuguesa obrigam a minha consciência de católico a ir mais
longe. É que, entretanto, ficámos a saber que a hierarquia católica aceita
denúncias e acusações anónimas para suspender ordenados das suas funções
sacerdotais. Por outro lado, há membros da comissão que se transportam em
entrevistas nas quais ajudam a enlamear a honra da Igreja - que não é
constituída apenas por sacerdotes, e por isso intitula-se católica -, com
tiradas de mero efeito mediático, imediatamente cavalgadas por um jornalismo
insolente e acéfalo. Refiro-me concretamente aos drs. Daniel Sampaio e
Laborinho Lúcio, ambas eminências pardas do regime, e que, respectivamente,
para além da medicina e do direito, também são ficcionistas. Strecht, pelos
vistos, é mero correio de entrega das listas dos alegados abusadores à Igreja,
e estes dois estão encarregados de espalhar a boa nova definitiva e executória.
É um direito deles, todos. Mas é um dever nosso, católicos, de não nos
deixarmos cair na tentação da superficialidade, da má-fé e do jacobinismo
"pós-moderno" sob a capa das melhores intenções. Tal como não podemos
ser tolerantes em relação aos abusos - na Igreja, na família ou em qualquer
outro organismo social -, assiste-nos o dever moral e, se necessário, jurídico,
da intransigência na defesa dos nossos da iniquidade e da injustiça. A própria
comissão não está acima da lei, nem é a lei. O professor Carlos Blanco de
Morais, da Faculdade de Direito de Lisboa, e a professora Mafalda Miranda
Barbosa, da de Coimbra, foram bem claros em textos corajosos publicados numa
rede social. Não podemos aceitar "denúncias anónimas condimentadas por uma
imprensa sectária" que, nomeadamente, "um Patriarcado de Lisboa,
pusilânime, patético, errático e sem cerviz", admite. "Não é graças a
este "Alto Clero", que não sabe investigar nem punir quando deve e a
quem merece, que nos mantemos cristãos." E a professora Miranda Barbosa
pergunta: "não se conseguindo provar a prática dos factos imputados
anonimamente aos sacerdotes, estará a comissão, atenta a violação grosseira das
mais elementares regras da investigação e da salvaguarda de honra, disposta a
indemnizar os lesados? Uma garantia os seus membros terão, pelo menos: o acesso
ao contraditório viabilizado pelos tribunais". A nação católica terá,
pois, de sair à rua. Se a maioria silenciosa se diz católica, então seja
coerente e não cobarde ou fútil. É a hora de nos erguermos contra este
terrorismo manipulador, alimentado pelas "elites" e pela opinião que
se publica. A esperança de Deus prevalecerá sobre a igreja do culto político.
O AUTOR
ESCREVE SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA
A felicidade aumenta a produtividade
Carmen Garcia
“As ruas e as praças de Lisboa não pertencem apenas aos sindicatos e não são propriedade da extrema-esquerda. Até os Católicos se podem manifestar, porque há separação entre a Igreja e o Estado.”
Cristina Robalo Cordeiro
Maria Susana Mexia
Alberto João Jardim