Pe. João António Pinheiro Teixeira
A felicidade aumenta a produtividade
A queda da economia
vai ser catastrófica. Vamos ter problemas como nunca tivemos.
A
esquerda vai ter campo aberto para protestar, para se manifestar na rua, e
muito provavelmente haverá distúrbios.
Antecipando
isso, António Costa quer negociar o próximo Orçamento com o PCP e o BE.
Ou
seja: quer encostar de novo o PS à extrema-esquerda.
E
esse vai ser mais um presente para André Ventura.
O
crescimento de Ventura é explicável pelo papel cada vez mais importante que a
extrema-esquerda, e sobretudo o BE, tem tido na política portuguesa.
De
há muito que a agenda política vem sendo liderada por Catarina Martins e seus
pares, e isso não poderia deixar de ter consequências.
A
despenalização do aborto, a liberalização das drogas leves, as salas de chuto,
o casamento homossexual, as mudanças de sexo, a eutanásia, etc., foram
avançando quase sem oposição.
O
feminismo radical ganhou terreno, entrando-se numa autêntica ‘guerra dos
sexos’.
A
família tradicional foi desincentivada e mesmo ridicularizada.
O
amor à terra e ao país, o orgulho patriótico, foram execrados e vistos como
crimes.
A
história de Portugal foi reescrita, diabolizando-se os Descobrimentos, palavra
que foi banida dos dicionários, proibindo-se um museu que os recordava e
derrubando-se estátuas de figuras a eles ligadas.
Defendeu-se
a devolução de peças dos nossos museus às ex-colónias.
Exigiu-se
uma política de imigração de portas escancaradas, sem limites nem controlo.
A
palavra ‘racismo’ passou a usar-se a propósito de tudo e de nada,
apresentando-se os portugueses como um povo racista.
Ora, o
Partido Socialista colaborou ativamente nesta revolução, dada a sua estratégia
de acordos à esquerda, e o PSD e o CDS não quiseram fazer-lhe frente.
Porquê?
No caso do PSD, porque Durão
Barroso e Passos Coelho são liberais em todos os aspetos – económico, político
e também social – concordando com várias dessas alterações, e Rui Rio quer
mostrar-se ‘moderno’ e ‘cosmopolita’.
E assim mudanças sociais
profundíssimas avançaram sem qualquer oposição.
Medidas contra a vida, medidas
contra o orgulho nacional, exercícios de autoflagelação patriótica, atos como
virar a história de pernas para o ar não provocaram estranhamente nenhum
sobressalto.
Dir-se-ia que os portugueses eram
um povo adormecido – ou então tão esquerdista, que as propostas fraturantes do
BE correspondiam ao seu posicionamento maioritário.
Não podia, porém, ser assim.
Um país do sul da Europa,
historicamente católico, não poderia transformar-se de um dia para o outro num
bastão do experimentalismo social.
Foi este o grande falhanço
do PSD.
O PSD era o partido que tinha a
obrigação de se opor à revolução social imposta pelo BE com a cumplicidade do
PS.
Sendo o maior partido do lado
direito do espetro político, competia-lhe mobilizar a sociedade para a oposição
a medidas extremistas que punham em causa hábitos seculares e o próprio
equilíbrio da sociedade, puxando o país muito para a esquerda.
O PSD devia ter feito no campo
social o que Mário Soares fez em 1975 no campo político – promovendo grandes
manifestações contra uma agenda extremista.
Julgo que, se Cavaco Silva fosse
ainda líder do partido, era o que teria feito – pois, sendo um progressista em
termos económicos, era um conservador no plano dos costumes.
E se o PSD tivesse erguido esta
bandeira, em vez de aderir ao politicamente correto, seria hoje um partido
forte e pujante.
Quando o CDS, também não quis
envolver-se no assunto por razões que não vêm ao caso, e o resultado está à
vista: quase desapareceu; como entender que o partido mais à direita do espetro
político fosse conivente com a agenda da extrema-esquerda?
Esta renúncia à luta do PSD
e do CDS abriu um espaço enorme ao Chega.
O Chega tem hoje um campo de manobra
gigantesco que lhe foi oferecido de mão beijada.
Se o gerir inteligentemente,
denunciando a vontade de reescrever a história de Portugal, a autoflagelação
patriótica, as políticas de capitulação em matéria de costumes, a cultura de
morte que promove o aborto e a eutanásia, as mudanças de sexo permitidas em
adolescentes, o antirracismo despropositado que estimula o racismo, o apoio
irresponsável à migração clandestina, vai ter um crescimento enorme.
E em muitas ocasiões bastar-lhe-á
dizer o óbvio.
A extrema-esquerda liderada pelo
BE criou uma realidade de tal modo artificial, contranatura, às vezes absurda,
que basta falar com naturalidade para obter a adesão de muita gente.
Na 1ª. República, a radicalização
esquerdista do regime teve o resultado que se conhece.
Às vezes parece que pretendemos
repetir a História.
JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA, In SOL 15.08.2020
A felicidade aumenta a produtividade
Carmen Garcia
“As ruas e as praças de Lisboa não pertencem apenas aos sindicatos e não são propriedade da extrema-esquerda. Até os Católicos se podem manifestar, porque há separação entre a Igreja e o Estado.”
Cristina Robalo Cordeiro
Maria Susana Mexia
Alberto João Jardim