VIRGEM DOS INOCENTES, acolhei os bebés abortados e os velhos assassinados!

Carlos Aguiar Gomes

Na noite de 31 de Julho para 1 de Agosto p.p., a Assembleia Nacional Francesa aprovou uma medida que prevê a IMG (Interrupção Médica da Gravidez), um eufemismo para dizer Interrupção Voluntária da Gravidez – ABORTO – de bebés até ao final da gravidez!

Entre as causas atendíveis para matar um bebé, está o que os autores (26 deputados) designaram por “angústia psico-social” da mãe, com o que esta designação tem de fluido e de falta de rigor, abrindo, deste modo, a porta para o infanticídio.

Simone Veil, a mulher que fez aprovar a legalização do Aborto em França, não imaginaria que tinha aberto, escancarado, as portas da prática deste crime. Mas tem sido assim com os chamados temas fracturantes, como o Aborto e a Eutanásia. Abrindo uma pequena fresta da porta esta vai-se abrindo cada vez mais e o retorno torna-se impossível. É a chamada “rampa deslizante” em que se desliza mais devagar ou mais depressa, consoante a oportunidade política.

A França inicia, assim, um processo que irá desembocar na legalização do infanticídio. Aliás, já há alguns anos, um deputado francês propôs que se deixasse nascer uma criança para ver se seria ou não uma pessoa humana. Caso fosse considerada negativamente, então seria eliminada. Graças a Deus a proposta não passou. Regressa agora com mais suavidade e com a designação eufemística de IMG – Interrupção Médica da Gravidez – que pode chegar ao limite desta, os nove meses.

O que se passou nesta sessão parlamentar francesa, já de madrugada, é infame. Como infame é a proposta que foi já apresentada ao Parlamento dos Países Baixos para que quem tiver 75 anos possa ser eutanasiado sem mais justificação. Disse a deputada que fez a proposta, que nessa idade já se tinha vivido o suficiente e a vida já “estava cumprida”, independentemente do seu estado de saúde! E a mesma eleita propôs a criação de uma nova profissão: “Acompanhante de fim de vida”, alguém que irá aconselhar e ajudar a morrer. Será uma espécie de Parteira ao contrário! Que raio de profissão!

Vivemos um mundo terrível e temível!

Esta Terra é um lugar, cada vez mais, menos frequentável. E é-o por acção de todos nós, os impassíveis, anestesiados e embriagados com o conforto e o prazer, centrados no nosso umbigo. Distraímo-nos com a poluição que criámos e os “direitos dos animais” (!) e esquecemos o Homem, os seus direitos essenciais em que o primeiro é o «DIREITO À VIDA». Vida que começa precisamente na concepção e que deverá terminar naturalmente.

O mundo está um lugar perigoso, cheio de facínoras que, a coberto de compaixão e de liberdade, impõe critérios legais para matar os incómodos e os mais fáceis de eliminar pela sua fragilidade: os não nascidos e os que já não produzem (discutível esta ideia de produção!), os velhos que cada vez mais frequentemente são descartados e abandonados, mesmo que tenham dado , toda a vida, imenso para o progresso da nossa civilização mas a quem faltou, talvez, a coragem de serem educadores da sua descendência, tendo-se acomodado à tendência gerida pelo chavão: «Agora é assim!». E este «Agora é assim!» deu nisto. Estamos a colher os frutos das árvores que tutorámos.

O ódio contra a vida é tal que, recentemente, em Julho pp. , a artista Daphné du Barry ( francesa) viu vandalizada uma das sua criações, uma estátua em bronze (a Virgem dos Inocentes), em Menton, que representa a Virgem acolhendo sete bebés mortos, os inocentes assinados por aborto em todo o mundo! Nem para a Arte se permite a liberdade, sobretudo e acima de tudo, quando não “embarca” no politicamente correcto. De facto, estamos já a viver a ditadura do “pensamento único”! Da cultura da morte que odeia a cultura da Vida e do Amor.

Carlos Aguiar Gomes, In DM 20.08.2020

Publicado em 2020-08-24

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