Pe. João António Pinheiro Teixeira
A felicidade aumenta a produtividade
1. Há dias, ouvi uma notícia que dizia,
em título: “três homens foram presos por abuso de género”. A
primeira ideia que logo me ocorreu foi que fossem presos por algum roubo.
Normalmente, diz-se “géneros” um qualquer produto natural, frutas, cereais,
hortaliças… (é conhecida a expressão “pagar em géneros” que se referia a uma
forma de pagamento em produtos que tinham, em vez de dinheiro). Mas, afinal,
não era isso. Era para dizer que esses homens foram presos por agressão a
mulheres. Porquê este tipo de linguagem? Sabe o que é a ideologia de
género? O objectivo principal da sua luta era afirmar que os homens não são
superiores às mulheres. Até aí, tudo bem, o que é diferente nunca é superior ou
inferior. O problema é o amplo leque de distorções ideológicas e políticas que
vêm atrás disso… Por exemplo, a liberdade de género (cada um
ser livre de escolher se quer ser do sexo masculino ou feminino); o número
de géneros (dantes só havia dois géneros, o masculino e o feminino,
agora há 56 géneros, à escolha); o sexo é mutável e
indeterminado… É por isso que a filósofa Arlene Bacarji define a ideologia
de género como um delírio feminista: “estamos, hoje, a viver a loucura em
que algumas pessoas pretendem fazer de seus delírios uma realidade e querem
impô-los aos outros por meio de leis”. Querem impô-la às crianças, a
começar pela escola, correndo-se o risco de elas, ingenuamente, acreditarem
nisso (todos sabem as polémicas que a disciplina obrigatória “Cidadania e
Desenvolvimento” tem provocado nas famílias, a que não parece ser alheio o
propósito escondido de ser contraponto ideológico à disciplina opcional de
“Religião e Moral”, o que devia levar a uma maior exigência de competência dos
respectivos professores). O que recentemente se passou, quando quiseram impor
a linguagem de género às Forças Armadas, através de um manual
de instruções, deixa-nos envergonhados com este assomo de ousadia delirante do
poder da Esquerda marxista na sociedade portuguesa. Felizmente, levaram a
resposta corajosa que mereciam: o ministro foi obrigado a mandar essas
directivas absurdas para o cesto dos papéis… Agora, é preciso que essa resposta
se estenda a todos os níveis da sociedade onde já a impuseram, para que volte a
predominar o bom senso. Por exemplo, sabe que, se for registar o nascimento de
um filho, o Pai passou a chamar-se Primeiro progenitor e a Mãe
passou a chamar-se Segunda progenitora? Fica, assim, eliminada
a designação natural e milenar de Pai e de Mãe. A ideologia de género quer
revolucionar a cultura familiar e impor a sua versão.
2. Antes de continuar, convém esclarecer
que, quando falamos de ideologia feminista, estamos a
referir-nos ao movimento internacional de inspiração marxista e
não a qualquer acção reivindicativa de mulheres descontentes com a sua eventual
situação laboral ou salarial. A expressão e conceito de ideologia de
género surgem no vocabulário do movimento feminista de inspiração
marxista nos anos 70 do século passado e é entendida não como referência ao sexo
biológico, mas como uma representação social do
mesmo. Perante a questão teórica “realidade versus sociedade”, tão em
voga nos anos 70, a ideologia feminista nega a realidade e
substitui-a por um conceito genérico, porque assim lhe convinha
ideologicamente.
A primeira queixa do movimento feminista
é acusar a sociedade de dizer que o homem é superior à mulher pelas suas
características biológicas de força física, de inteligência, de ser mais ético… Então,
para eliminar essa alegada diferença, decidem criar um novo
conceito diferenciador entre homem e mulher, o género, um conceito
abstracto que passa a substituir o conceito objectivo baseado na realidade biológica
do sexo e procuram impô-lo a toda a gente. A partir daí, acaba-se o
pretexto da alegada superioridade do homem. E, perante a falta de referência ao
padrão biológico natural, tão natural é ser heterossexual como homossexual: é
tudo uma questão de género… Respeitar as diferenças é uma coisa; dizer que é
tudo igual é outra. Mas, a diferença não se pode negar. A ciência
diz-nos que entre homem e mulher não é tudo igual. Embora homens e
mulheres compartilhem a grande maioria dos seus genomas, há um número de genes,
localizados nos cromossomas sexuais X e Y, que diferem entre o sexo masculino e
o sexo feminino. E este processo faz com que os genes sejam expressos de forma
diferente entre homens e mulheres. Até as doenças se manifestam de forma diferente
num ou noutro sexo, pelo que, no futuro, a tendência farmacológica é criar
medicamentos apropriados para o homem e para a mulher. Mais: as actividades dos
nossos genes e a sua expressão em células e tecidos geram profunda distinção
entre homens e mulheres, muito além da mera aparência externa ou do papel
reprodutivo.
M. RIBEIRO FERNANDES, In DM 25.10.2020
A felicidade aumenta a produtividade
Carmen Garcia
“As ruas e as praças de Lisboa não pertencem apenas aos sindicatos e não são propriedade da extrema-esquerda. Até os Católicos se podem manifestar, porque há separação entre a Igreja e o Estado.”
Cristina Robalo Cordeiro
Maria Susana Mexia
Alberto João Jardim