Pe. João António Pinheiro Teixeira
A felicidade aumenta a produtividade
De vez em quando, há tantos papéis para
arrumar, deitar fora, arquivar… E o tempo vai passando até ao dia(s) em que tem
mesmo de ser: “baldeação no convés que é o meu escritório! E assim tenho feito
neste tempo de confinamento que tem ido do obrigatório ao que tenho de fazer
por razões da minha saúde. Enfim, lá vai, lá tem de ser.
Encontrei, um dia destes, uma série de
escritos meus que publiquei/li em vários jornais, revistas, rádios ou
conferências que fiz um pouco por todo o país. É o que dá ser velho que foi,
por temperamento e por convicção um activo por causas.
Imaginem que descobri um dos tais escritos,
um curto escrito que trago de novo à luz do dia. Seja-me permitida esta
liberdade.
Transcrevo-o: «… de o “PÚBLICO” (29.VI.1997)
parte de um texto de António Barreto: “A questão da legalização das uniões
de facto deixam-me absolutamente perplexo. Quando a fúria reformadora ataca,
tudo pode acontecer, ainda um dia se permitirá que, por politicamente correcto,
um quadrúpede tenha duas patas e os respectivos direitos. Tanto quanto sei, as
uniões de facto, por opção, são aquelas que justamente não aspiram a ser
legalizadas. “J’ai l’honneur” dizia Brassens, “de na pas te demander la main”.
Isto era dantes. Agora, as uniões serão legalizadas. O que, no essencial, as
não distingue do casamento. A ideia de legalizar, em vez de simplesmente as
tolerar, tudo o que vive, corresponde a uma espécie de despotismo esclarecido,
na convicção de que as pessoas serão livres e modernas, de acordo com as leis.
Suspeito que a primeira reacção de muita
gente será a de, inevitavelmente, inventarem outro nome para designarem ou não
o que são. Passaremos a ter uniões de facto nominais e uniões de facto reais.
Além disso, na frenética luta pela modernidade, os reformadores terão novas
tarefas nas suas agendas. Os casamentos a três. As uniões a quatro. O casamento
sob dois tectos. As uniões virtuais, na moda. O Cyber-amor, em desenvolvimento.
As uniões por correspondência. As uniões “on and off”. As relações “on-off”. E
até, por que não legalizar a mais tradicional de todas as formas de
conjugalidade portuguesa, a do casamento burguês com amante e casa montada?».
Mas, cuidado, o enunciado é perigoso pois a
polícia dos costumes anda vigilante! E ai de quem disser alto que… não está de
acordo. Será logo apodado de vários piropos que não são chamados de “assédio
sexual” pois é esse o pensamento a impor. É-se “fascista”, “fundamentalista”,
integrista”, homofóbico e por aí fora. Tenhamos, pois cuidado? Não, não nos
podem impedir de expressar o nosso pensamento.
É este mundo orwelliano que está aí para
fiscalizar e penalizar, quais censores de uma ditadura travestida de democracia.
Foi este delírio psicopata que arrastou a
chamada “direita” flácida e gelatinosa portuguesa a reboque de uma “esquerda”
“bulldozer” a legalizar tudo o que estes proponham, abrindo portas que já não
será fácil fechar a bem da saúde da sociedade humana. Assim foi com o Aborto,
eufemisticamente chamado de “Interrupção Voluntária da Gravidez”, com a “Pílula
do Dia Seguinte” e, agora com a legalização da Eutanásia também com a roupagem
de “Morte Digna”. Tudo feito com imensa pressa e utilizando argumentos cheios
de mentiras.
Em 1994, ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA,
decretado pela ONU, escrevi: O coração do mundo pulsa na Família.
Continuo a acreditar séria e profundamente no sentido desta frase. Vejo,
infelizmente, que o coração do mundo está cada vez mais doente e que não cessam
as agressões deliberadas para o destruir. E os políticos têm-se esmerado e
competido entre si para criar fortes arritmias e disfunções graves no coração
do mundo! A começar pela própria ONU e pelos burocratas da UE.
Bem, é preciso que termine este artigo que
começou com o recordar de uma velharia que encontrei nos meus papéis. E ainda
bem que os guardei. Fez- -me bem ler o trecho de António Barreto e ver que a
sua lucidez e coragem de remar contra o “pensamento único” continua vivo, audaz
e corajoso. Dá-me coragem para, também eu, remar contra marés deletérias que
vêm de onde menos se espera! Como escrevi num poema, quero seguir a minha
derrota nesta carta de marear que é a nossa vida.
Carlos Aguiar Gomes, In DM 12.11.2020
A felicidade aumenta a produtividade
Carmen Garcia
“As ruas e as praças de Lisboa não pertencem apenas aos sindicatos e não são propriedade da extrema-esquerda. Até os Católicos se podem manifestar, porque há separação entre a Igreja e o Estado.”
Cristina Robalo Cordeiro
Maria Susana Mexia
Alberto João Jardim