Pe. João António Pinheiro Teixeira
A felicidade aumenta a produtividade
Falou
a brincar, com a maior das descontrações, antevendo o Natal que se avizinhava:
“este ano vou ter a casa cheia. Vou lá juntar todas as minhas sogras”.
Fiquei
boquiaberto, atónito. Entre o… “está a gozar comigo?!”, ou “será mesmo a
sério?!”. Como que lendo-me a alma, esclareceu: “não estou a reinar. Estou
casada pela 4ª vez, mas fiquei de bem com quem está para trás”. Lembro-me que,
na altura, me senti antiquado, um verdadeiro cromo (que, tudo somado, continuo
a ser!), um coração minúsculo: não me via capaz de tamanho “ecumenismo”, de tão
abrangente e perdulária concórdia. Mas, pelos vistos, os meus apertados
critérios apenas começavam a ser desafiados.
Agora,
sim, chegou a hora de, em definitivo, deixar cair qualquer dique, qualquer barreira,
qualquer classificação fixista, qualquer preconceito.
Agora,
não apenas poderemos juntar à mesma mesa, em “família”, várias sogras, como
também a sogra que é sogra e a sogra que é sogro; o tio que é tia e o tio que (grande
coincidência) é mesmo tio; o genro que é genro e o genro que é nora; a nora que
é genro e a nora que é nora; o pai que é pai e o pai que é mãe; a cunhada que é
cunhado e o cunhado que (triste monotonia) é mesmo cunhado; o primo que é prima
e o primo que se continua a tratar no masculino.
Na
escola, um filho adotado por um destes novos casais homossexuais comentou com
os colegas: o meu pai-mãe nunca vem vestido de saias buscar-me aqui à escola
porque não se sente à-vontade para trajar como os escoceses. Mas também esse
cliché há-de mudar. Ele/ela está a tentar mudar as mentalidades. Ainda lhe
haveis de ver as “fraldas”, num desses dias ventosos, os tecidos a esvoaçarem e
a porem ao léu aquelas pernas musculosas e peludas (é que o meu pai-mãe não
costuma fazer depilação).
Quem
anda chateado com isto tudo é o Zequinha: ninguém o consegue resgatar da
arqueologia, melhor, daquele anquilosado tempo em que nas casas havia homem e mulher
e os filhos nasciam, não de proveta ou da ponta de uma agulha, mas do abraço
amoroso que dava continuidade às canhotas que haviam ficado a amarrecar na
lareira da cozinha.
Viva
a brincadeira com a família. Viva a miscelânea de “papéis” masculinos e
femininos. Viva a modernice. Viva o caos. Ai se Deus não nos socorre...… Ai se
a Mãe do Céu não vem em nosso auxílio!...
P.
Paulo Abreu
A felicidade aumenta a produtividade
Carmen Garcia
“As ruas e as praças de Lisboa não pertencem apenas aos sindicatos e não são propriedade da extrema-esquerda. Até os Católicos se podem manifestar, porque há separação entre a Igreja e o Estado.”
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