
«O Estado Novo [ainda] não saiu de Portugal»
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
Volto ao AMEN E AO AWOMEN do final do meu
artigo anterior, pois completei a minha informação posteriormente, precisando,
mas não alterando nada.
A 117.ª sessão do Congresso americano, que se
inaugurou a 2 de Janeiro pp, onde os democratas são a maioria, abriu com uma
oração feita pelo Pastor Metodista, Emanuel Cleaver. Até aqui, só de louvar. O
Congresso inicia com uma oração!
Em Portugal, Nação Fidelíssima, que já foi,
este acto de iniciar uma sessão parlamentar com uma oração, seria de todo
impensável. Como se costuma dizer, “caía o Carmo e a Trindade”, talvez houvesse
mesmo um golpe de Estado laicista promovido por toda a esquerda e por uma parte
significativa da chamada direita politicamente correcta perante a indiferença
da outra sem coluna vertebral e vazia de valores. Mas é o que temos ou seja, o
que elegemos. Entretanto (a maioria?) vai a Fátima e põe velas em todos os
santos!
Voltando aos EUA e ao seu Congresso, agora
com a dupla Biden/Kamala a ser apoiada incondicionalmente.
O Pastor Cleaver, inflamado, ignorante e
obediente caninamente aos cânones da linguagem dita inclusiva, entendeu, na sua
crassa ignorância que AMEN (palavra que vem do hebreu e entrou no latim e
vigora em muitas línguas latinas ou não, significando ASSIM SEJA) deveria
querer dizer “Ei Homens!” (lendo AMEN à inglesa: “Ei men!). E vai daí, para não
terminar com uma saudação machista, sexista, “reza” também: Ei Mulheres!”
(Awomen).
Os parlamentares americanos, sobretudo os
republicanos, ficaram atónitos. E todos tinham razão para tal… Mas salvou-se a
linguagem “inclusiva” que, por decisão, aprovada, de Nancy Pelosi, vai ter que
vigorar no Congresso Americano. Não é anedota nem partida do 1.º de Abril que
ainda vem longe.
Assim, se criou uma nova palavra sem sentido
e perversa. É a novilíngua de Georges Orwell descrita em “1984”.
Como muitos celebrantes católicos destas
paragens já estão sintonizados com a linguagem inclusiva (basta um pouco,
pouquinho, de atenção às mudanças que se estão a introduzir nas celebrações das
Missas e eu posso garantir que já ouvi muitas vezes!), para que muito
brevemente, por cá, também teremos o nosso Amém (leia- e o mém por Mãe)
substituído por “Olá progenitor A e Olá progenitor B).
Outro exemplo cada vez frequente é na
Consagração do vinho, se substituir “fruto do trabalho do homem” por “ fruto do
trabalho da humanidade” ou “ fruto do trabalho do homem e da mulher”, como se
na nossa língua a palavra homem não fosse inclusiva de homens e mulheres!
Aliás, é trair o texto de referência que diz, textualmente: “… fructum terrae
et operis manuum HOMINUM” e cuja tradução, que foi aprovada pelas autoridades
competentes e nunca alterada, diz. “… fruto da terra e do trabalho do homem…”.
Já faltou mais (ainda um dia destes, no final
de Dezembro, numa Missa televisionada, o “Presidente” substituiu integralmente
o Pai Nosso, desfigurando-o de forma grosseira e o povo, como carneiros
amestrados, não titubeou!).
Na realidade, anda tudo de cabeça perdida.
Uns porque querem, concordam e acham muito bem. Outros, a maioria, talvez,
porque se recusa a pensar.
Entre nós já faltará pouco para que se crie no Parlamento uma Comissão para a Linguagem Inclusiva e tornar esta obrigatória e proibir o uso, onde quer que seja e por quem quer que seja, de linguagem dita sexista. Assim, por exemplo, deixaremos de poder usar a popular expressão: “Filhos da mãe!” e teremos que, obrigatoriamente passar a dizer: “Filhos “de” progenitor A ou um!”. Não tem graça nenhuma, pois não? Mas preparemo-nos. Amen e Awomem!
Carlos Aguiar Gomes, In DM 14.01.2021
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
Francisco Vêneto - publicado em 26/07/22, in Aleteia
Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz
Senhor ministro da Educação, se não quer ficar na história como o Inquisidor da propaganda de género, desbloqueie este nó górdio por si criado pois tem no Parlamento uma maioria do seu partido.
Isabel Ricardo Pereira, In 7Margens, 6.07.2022
Jorge Bacelar Gouveia