DIZER-ME - UMA ATITUDE DE RESPEITO

Saudação inicial aos cristãos de Barcelos

Neste período de reflexão, à espera de novos párocos, o Prior partilha a primeira men­sagem dirigida aos cristãos de Barcelos, na sua tomada de posse a 26/9/2004.

Há precisamente um ano estava eu a chegar a terras de América. Esforçava-me então por encontrar razões de entusiasmo mais fortes que de mágoa para iniciar uma nova missão numa comunidade que mal conhecia. Se a confiança em Deus me animava, razões humanas da experiência se interpun­ham. Partia para voltar e assumir a missão que me fora destinada e para a qual me preparava. Prudentemente, pensava eu, não deveria senão continuar o que vinha de trás dado saber à partida que tinha pela frente apenas um ano no meio daquele povo. Mas Deus surpreendeu-me ao encontrar pela frente um povo ansioso da sua Palavra, pedindo-me mudança baseada em duas palavras-chave: formação e organização. Um ano depois sou eu surpreendido com os sinais, muitos e evidentes, das marcas profundas que Deus realizou no meio deste povo. Não estranharão pois esta referência em jeito de homenagem aos portugueses de Waterbury/Naugatuck (CT,USA).

Se hoje evoco esta realidade é porque ela me permitiu escrever uma página bela da acção de Deus em mim. E é a partir desta experiência pastoral recente, na sequência aliás de outras que compõem o meu ministério sacerdotal de 27 anos, que eu me apresento diante de vós com uma grande confiança em Deus, já experimentada, e aquele crer nas pessoas, que sois vós, como consequência daquela.

SOU HOMEM DE FÉ

Certamente que esperais de mim uma palavra não só de saudação como também de apresentação. Não me limitar ao formalismo da circunstância significa respeito por vós. Menos cómoda certa­mente, prefiro a atitude de me dizer diante de vós, no meu sentir a vida e nas minhas convicções, no meu modo de olhar o mundo que me rodeia e nas minhas intenções mais profundas.

Dizer-me implica dizer o meu Deus, o Deus em Quem acredito. Não posso dizer Deus ou falar de Deus sem me dizer a mim mesmo. Aliás um Deus alheado ou marginalizado pelo homem é sinal de um homem alheado de si mesmo, da sua profundidade espiritual, da sua dignidade mais profunda. Dizer-me dizendo Deus ou dizer Deus dizendo-me a mim é a mesma atitude que julgo de extrema importância nos tempos de hoje. Noutros termos, não podemos falar de Deus com verdade sem nos implicarmos num compromisso existencial com Ele. Nasce, assim, uma primeira nota que quero desta­car: sou no meio de vós um homem de fé. Não para se limitar ao discurso da fé, um discurso mais ou menos oficial, mas para dar um testemunho de fé e, a partir dele, ajudar os que me são confiados a experimentarem o encontro, pessoal, íntimo e intransmissível, com o Deus em quem acredito.

E porque sou homem de fé em Deus, acredito no homem, nas pessoas, em cada um de vós, capazes de uma procura de Deus, nos meandros mais diversos da vida, certamente diferentes dos meus. E este crer nos homens significa reconhecer que Deus trabalha no íntimo de cada ser humano, um trabalho que Ele conduz como e quando quer, trabalho esse de que eu não sou dono, mas apenas chamado a reconhecer e a facilitar. Acreditar nos homens é reconhecer-lhes intenções honestas, vontade de dar as mãos, capacidade de ultrapassar egoísmos pessoais ou colectivos.

O Deus em quem acredito é o Deus da relação pessoal, que surpreende no excesso de amor pelos homens, cuja máxima expressão se encontra na cruz de seu Filho Jesus Cristo. É o Deus que sur­preende Abraão nas propostas «loucas» que lhe faz e que se tornam realidade levando-o a cair de joelhos em adoração. Mas é o Deus que dá razões da esperança mesmo quando toda a lógica dos homens é de destruição e morte. É o Deus que não fica parado a contemplar os defeitos dos homens ou a julgá-los nas suas infidelidades mas que vem ao seu encontro propondo de diversas formas a sua desmedida de amor. É um Deus de futuro muito mais que do passado e que, como tal, perdoa aos homens para que estes aceitem reconstruir com Ele os caminhos novos do futuro. É um Deus que, como Criador que não deixou de ser, continua a recriar o mundo e a história como se fosse o acto inicial da criação. Não já uma criação «solitária» mas «comunitária», em que tudo acontece com Ele e connosco. Um Deus que nos vê como companheiros na gestação e na gestão deste mundo onde vai acontecendo o Seu Reino de amor e de paz. E porque acredito neste Deus Criador, acredito na ca­pacidade dos homens de ultrapassarem a tendência ao imobilismo, a deixar tudo na mesma, a cruzar os braços desiludidos e desanimados, tudo justificando com um «não vale a pena» ou «isto já vem de longe e não vai mudar nunca».

Porque acredito em Deus e nos homens, acredito também nas mediações humanas, nas estruturas organizativas que os homens constroem. E é precisamente neste contexto que aqui me recebeis, mandatado pela Igreja, através do Sr. D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, de quem recebi o mandato e a quem presto pública homenagem, na obediência que um dia prometi e que me levou a não sobrevalorizar as minhas razões perante o bem da Igreja que ele me apresentou.

Acredito nesta Igreja que procura, às vezes sem o conseguir, ser testemunho fiel de Jesus Cristo Salva­dor perante um mundo adverso, de oxigénio envenenado, dizendo-se não precisar de Deus. Venho de um país onde oficialmente há lugar para Deus, numa liberdade religiosa total, permitindo inclusive campo aberto para o florescimento de seitas e novos movimentos religiosos. Respira-se Deus e, em privado ou em público, não se estranha que se fale de Deus ou se invoque pela oração. Venho para o meu país e para uma Europa que até as suas próprias raízes cristãs teima ignorar. E é nestas condições que urge hoje descobrir novas e ousadas formas de dizer que a mensagem de Jesus não deixou de ser Boa Notícia. Nem deixou de ser Notícia, novidade permanente, nem Boa, expressão da Bondade e da Verdade que Deus é ao dizer-se na pessoa de Jesus Cristo. É por causa desta Boa Notícia que tem sentido arriscar e comprometer vidas, ousar mudanças sensatas mas persistentes, sob pena de uma repetição do passado constituir infidelidade ao Senhor da história. É a esta Igreja que pertencemos. É nesta Igreja que todos trabalhamos. É nesta Igreja que se realiza a atenção aos sinais dos tempos, pelos quais tam­bém passa a revelação de Deus hoje. Uma repetição de gestos e situações do passado, num mundo em vertiginosa evolução, pode significar traição ao Espírito de Deus. Pode merecer a condenação de Jesus, tal como outrora condenou por variadas vezes a muita religião farisaica porque desprovida da verdadeira fé em Deus implicada numa atitude de conversão permanente ou de atenção permanente aos sinais.

Uma Igreja em estado de conversão permanente

Não podemos ignorar o mundo em permanente e vertiginosa mudança em que os cristãos são chamados a dar testemunho da fé. Nem mesmo cada pessoa, tantas vezes com dificuldade evidente em acompanhar tal ritmo de mudança, com os possíveis riscos de se ficar para trás ou de se tentar acompanhá-lo com a sensação de se estar perdido ou de não se ter nele lugar. Que resposta dá a Igreja e paróquia a todas as novas situações de procura angustiada? Poderemos responder às novas questões de hoje com as propostas de ontem?

Eu acredito e amo esta Igreja que se vê desafiada a uma conversão per­manente. É o apelo do Papa e Bispos, tantas vezes repetido e nem sempre escutado, se não mesmo deturpado e ocultado. Apelo que se traduz em santidade de vida, em entusiasmo apostólico e em recuperar a força do Evangelho na vida pessoal, familiar e social.

E é em tónica permanente de novidade, arrancando sempre do Evangelho, que proponho aos cristãos que me são confiados o serem Igreja e paróquia neste tempo. Este velho templo em que nos encontramos é testemunha da fé e das orações marcadas pela esperança de tantas gerações que, em tantos séculos, nos precederam. Ser digno dos nossos maiores implica sermos continuadores do mesmo espírito que os animou de modo a trans­ferirmos para os que nos sucederem o mesmo templo, certamente mais velhinho ainda, mas carregado com o nosso próprio testemunho de fé. Mas estas pedras só transmitirão algo de bom ao futuro se formos capaz­es de descobrir as novas formas de testemunhar a ousadia do amor louco de Deus pelos homens. Se assim não for, corremos o risco de vermos ape­nas as pedras de pé. Mas de que servem elas se não abrigarem os corações calorosos em louvor a Deus?

Situar-se numa Igreja em estado de conversão implica que todos, não somente o padre (o tempo do padre faz-tudo pertence à história e es­pera-se que não volte mais) escutem «o que o Espírito diz à Igreja», para não nos tornarmos repetidores de um passado construído e mantido com um número razoável de sacerdotes com doação plena e exclusiva ao ministério, mas que já não é presente.

Passar da pertença sociológica, própria de um regime de cristandade, a uma pertença de compromisso assumido livremente é recuperar o frescor dos primeiros cristãos. Fazê-lo implica riscos certamente, mas estando em jogo a própria credibilidade da Igreja num mundo que a desafia em permanência, tal torna-se inevitável e inadiável. Uma pertença que de­verá ser assumida por gosto e vontade livre, própria de quem descobre na comunidade o seu próprio espaço de realização como pessoa de fé, e não por imposição ou obrigação. Neste espaço de liberdade dos filhos de Deus que deve ser a Igreja vive-se uma corresponsabilidade que, arrancando do Baptismo convenientemente preparado, se percebe e se concretiza quando a formação contínua da fé se assume como uma exigência do ser cristão. Gostaria de encontrar aqui em Barcelos sede de Deus, e desta não duvido, mas ânsia de descobrir o verdadeiro rosto de Deus tal como Je­sus O revelou. Digo o verdadeiro porque estou convencido de que muitas máscaras se interpõem num ritualismo tantas vezes vazio de conteúdo, não deixando que Deus apareça na sua Verdade de Amor pelos homens. Como paróquia deveremos ser esse espaço de procura da Verdade de Deus, uma procura que se traduz em celebrações cuidadas, que permitam abrir para o Mistério da transcendência de Deus, saboreado no silêncio e na intimidade de cada um, e em formação contínua e permanente da fé para todos. A catequese não pode limitar-se a crianças e jovens mas estender-se aos adultos.

Uma Igreja servidora do homem e do mundo

Não deveremos contentar-nos em manter o que existe renovando-o, ou dar satisfação a usos e costumes, o que, nas presentes circunstâncias, já não seria pouco, mas realizar aquilo que é essencial na Igreja: a sua di­mensão missionária. Não me refiro somente ao exterior, o que não deve ser descurado nas diversas formas hoje em uso de partilha de bens e de pessoas, mas mais ao que nos rodeia: o indiferentismo religioso com que cruzamos no dia a dia e que já nada nos inco­moda, tornando-se assim nosso tal indiferent­ismo religioso de crentes e até de praticantes. Esquecemos que esses nossos irmãos, ditos al­heios à fé, jovens e menos jovens, iludem tan­tas vezes as suas próprias questões mais pro­fundas devido à nossa falta de autenticidade na vivência da fé.

Servir o homem no seu todo implica uma atenção de todos a todos os que nos rodeiam. Construir Igreja e paróquia é tarefa de todos sem excepção e todos são bem-vindos. Com vontade de servirem a comunidade esperando de Deus, e não dos homens, a melhor recom­pensa.

Uma Igreja que se organiza para maior qual­idade de serviço

Fazemos parte de uma Arquidiocese, a de Bra­ga, com a qual nos inserimos na unidade da Igreja universal.

Nesta nossa Arquidiocese existe um plano de acção pastoral. Com objectivos e metas a al­cançar e calendarização de acções a promov­er, ele visa ultimamente um melhor aproveit­amento das energias sobretudo humanas de que dispomos.

Desde há longos anos que também eu assim me habituei a trabalhar, fixando no início de cada ano um plano de acção. Assim gostaria de continuar a trabalhar em Barcelos. Seguindo as grandes linhas de evangelização que o Papa propõe e traduzindo para a nossa paróquia os desafios de ordem diocesana, poderemos também nós estabelecer um plano de acção mobilizador dos paroquianos. Tal plano, no entanto, deverá surgir como necessidade sentida e decidida nos órgãos e grupos paroquiais e não apenas proposta pelo Pároco. Situando-nos num contexto urbano e fazendo parte de um Arciprestado, muitos serviços que a paróquia é chamada a prestar só o poderá fazer em união conjugada com outras paróquias, o que favorece a inter-ajuda e o melhor aproveitamento dos meios existentes. É nessa comunhão e inter-ajuda que deveremos todos trabalhar.

Saudação e agradecimento

Tenho para mim que a primeira condição para a acção pastoral é amar o povo que nos foi confiado. Desde os finais de Junho, quando assumi perante o Prelado esta missão, que passei a amar-vos como meus paroquianos e a rezar por vós. E para vós foram estas primeiras palavras de saudação.

Permitir-me-eis agora uma outra palavra de especial saudação e também de agradecimento, pois se encontram aqui pessoas de várias origens e a vários títulos.

Em primeiro lugar saúdo os meus familiares e particularmente o meu pai. A mãe está também e mais ainda presente porque junto de Deus. Sempre me desejaram por mais perto. Chegou agora a hora. Agradeço-vos a vossa presença que certamente será de apoio na minha missão pastoral.

Saúdo a gente das Marinhas, com o seu Pároco à frente. Sempre quiseram ter este gesto para comigo, que agradeço e estimo.

Depois saúdo gente dispersa pela assembleia que veio de longe, desde Vieira do Minho, a primeira paróquia que servi, passando pela emigração portuguesa de Paris e da América. Mais que ninguém sois vós que podeis melhor avaliar o alcance das palavras que acabei de referir.

Saúdo os colegas sacerdotes aqui presentes. Na pessoa do Sr. Arcipreste, saúdo todos os colegas do Arciprestado com quem vou colaborar. Particularmente, aqueles que mais de perto vou encontrar no dia a dia parti1hando a responsabilidade da assistência espiritual nos diversos centros de culto a mim confiados. Deles espero muito receber pelo conhecimento directo da realidade pastoral. A eles ofereço a minha humilde colaboração franca e leal. A partilha dos dons que o Senhor em nós depositou e o respeito das nossas diferenças bem podem ser testemunho do rosto humano da única Igreja de Jesus, que se pretende permeado pelo divino.

Saúdo as comunidades religiosas, na sua especificidade de testemunhas e anunciadores do reino que há-de vir e na diversidade dos seus carismas postos ao serviço da Igreja local Inseridas no espaço da paróquia ou nos seus arredores, têm contribuído para a evangelização do nosso meio, devendo-se-lhes uma palavra de justo apreço e gratidão. Os Padres Capuchinhos, a Congregação do Espírito Santo, os Irmãos das Escolas Cristãs (Colégio La Salle) e da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, as Franciscanas Missionárias de Maria têm sido e continuarão a ser estímulo e ajuda para uma acção pastoral eficaz no crescimento do Reino de Deus.

Saúdo, em jeito de homenagem, os Párocos que me sucederam. De entre os falecidos, os saudosos Monsenhores Rocha Martins, que conheci. E o Dr. D. Manuel Ferreira de Araújo, meu ilustre antecessor, que me acolheu e me deu as primeiras orientações para a continuidade da mesma missão que vem de trás e tem como único e permanente Pastor o próprio Senhor Jesus. Do último conheço, admiro e estimo a sua sabedoria pastoral, que granjeou justa e merecida consideração dos paroquianos. Dela me esforçarei por ser digno continuador, embora ao jeito que é o meu, e peço a Deus uma bênção especial para a sua nova missão. Oxalá percebais, nas diferenças de estilo, uma riqueza reveladora de Deus, que nos criou diferentes para nos complementarmos uns aos outros e não para nos repetirmos, e que é Jesus Cristo o centro do acto da fé do cristão e não o padre que apenas deve encaminhar para Ele.

Saúdo as instituições e autoridades que servem o povo de Barcelos: Assembleia e Junta de Freguesia, Assembleia e Câmara Municipal, Santa Casa da Misericórdia, Hospital e outras instituições de saúde e assistência, Bombeiros Voluntários e Forças policiais e de segurança, Meios de comunicação social, particularmente a Rádio e os jornais locais, Grupos desportivos, folclóricos e outros que exprimem a cultura local e as diversas facetas da comunidade, Escolas e instituições promotoras de cultura, associações empresariais e comerciais ...

Apelos com destinatários certos

Volto-me de novo, agora, para a paróquia de Santa Maria Maior, para dizer aos meus novos paroquianos uma palavra de confiança, que parte da fé em Deus e nos homens afirmada no início.

Às crianças e adolescentes da nossa catequese: espero ver-vos semana a semana a saborear com gosto conhecer e amar Jesus. Sem a vossa presença na missa dominical a nossa paróquia põe em causa o seu futuro e fica incompleta. Espero dos vossos catequistas e animadores a arte de, pelo testemunho e empenhamento, vos despertarem para a alegria de conhecer e amar Jesus;

Aos jovens: precisamos da vossa generosidade, do vosso sentido de aventura, da vossa rebeldia e inquietação para que a paróquia se tome jovem. Trazei as vossas questões e inquietações mas não espereis um mundo de respostas feitas e construídas sem o vosso esforço e participação. Tende a coragem de serdes diferentes e não instalados nos patamares que vos fornecem. Construí, na comunhão com adultos, uma Igreja de rosto jovem;

Aos idosos e doentes: a paróquia precisa da vossa serenidade no crepúsculo da vida, própria de quem se encontra numa longa trajectória de fidelidade a um Deus que nos ama, e do vosso sofrimento que encontra sentido à luz de uma sadia teologia do sofrimento redentor, em que nada se toma inútil. Precisamos do vosso testemunho de fé nos momentos difíceis por que passais, fazendo-nos crescer no respeito e gratidão para com o dom da vida e da saúde;

Às Confrarias e grupos ou movimentos, estruturados ou não, na paróquia: revitalizai os vossos grupos, renovai as vossas lideranças e discerni os caminhos de novidade que Deus vos sugere para que haja sempre verdade na vossa presença associada;

 

Aos Conselhos de Assuntos Económicos e Pastoral: como órgãos de corresponsabilidade numa Igreja-Comunhão, permito-me esperar de vós aquele conselho sábio e prudente para as decisões adequadas e aquele compromisso na execução das tarefas acordadas que nos permitam dinamizar a paróquia tomando-a uma comunidade aberta à colaboração corresponsável de todos.

Palavra final

Apresento-me no meio de vós como homem de fé em Deus e nos homens que sois vós. Para caminhar convosco por vias a descobrir e discernir à luz do Espírito de Deus,

Livre como sou porque aceitei servir, obedecendo e não escolhendo, tenho feito a experiência repetida de uma aventura de confiança em Deus, exigindo-me desprendimento de mim mesmo, entrega total e generosa, desvalorizando juízos e preconceitos humanos para me pôr inteiramente nas mãos de Deus. Tem sido assim que tenho encontrado a coragem nas dificuldades, a persistência e tenacidade diante dos obstáculos, a força para uma dedicação por inteiro a uma causa mesmo sabendo de antemão que a terei de largar para entregar a outrem pouco tempo após.

É pois com esta liberdade e serenidade interior que me apresento diante de vós. Porque baseadas na fé num Deus que responde mesmo quando a lógica humana justificaria a não-resposta. Num Deus que é misericórdia e diante de Quem podemos estar de pé, apesar do nosso pecado. Porque baseadas também na confiança que cada um de vós merece, como imagem de Deus criador.

Vamos, todos juntos, continuar hoje a história ilustre dos cristãos de Barcelos.

Barcelos, 26 de Setembro de 2004

P. Abílio Fernando Alves Cardoso


Publicado em 2023-08-14

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