Património-Igreja Matriz de Barcelos

Património-Igreja Matriz de Barcelos

DesignaçDesignação

Designação - Igreja Matriz de Barcelos Outras Designações - Igreja de Santa Maria Maior, matriz de Barcelos Categoria / Tipologia - Arquitectura Religiosa / Igreja

Localização

Divisão Administrativa - Braga / Barcelos / Galegos (Santa Maria)

Endereço / Local - Rua Dr. Miguel Fonseca, Barcelos
Largo do Município, Barcelos

Protecção

Situação Actual - Classificado

Categoria de Protecção - Classificado como MN - Monumento Nacional

Cronologia - Decreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto)

ZEP - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954

Abrangido em ZEP ou ZP - Sim

Nota Histórico - Artistica

A igreja de Santa Maria Maior de Barcelos situa-se num tempo artístico de transição, entre o fim da arte românica e o início do ciclo construtivo gótico. Algumas das soluções construtivas e decorativas aqui empregues participam destas duas artes, que começaram por ser antagónicas, pelo menos na região da Île-de-France, onde nasceu o Gótico, mas que, em zonas periféricas, se mesclaram e interpenetraram, formando um estilo de transição a que muitos chamam românico-gótico.

A iniciativa construtiva deveu-se ao conde D. Pedro, no século XIV, depois de estarem concluídos os exemplos marcantes do Gótico mendicante de Santarém, do Olival de Tomar ou de Santa Clara-a-Velha de Coimbra. O seu aspecto compacto e arcaizante, em consequência da implantação geográfica da velha nobreza românica, deve-se também ao facto de a iniciativa condal trecentista ter-se situado ao nível de uma provável remodelação do edifício, e não de uma construção de raíz.

Várias hesitações construtivas identificadas na igreja parecem apontar para essa realidade remodeladora. O facto de a nave norte ser mais larga que a sul ou de os capitéis parecerem ser maioritariamente do século XIV, por oposição às bases de colunas ainda românicas (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43) faz-nos pensar nessa possibilidade. Por outro lado, a história da vila de Barcelos, com foral desde D. Afonso Henriques e sede de condado desde D. Dinis, é uma factor de importância vital para a provável concentração de uma actividade construtiva relevante e que não terá começado certamente apenas no século XIV.

Apesar do aspecto geral românico, a matriz barcelense deve inserir-se já no período gótico, como o portal principal bem o evidencia. Inserido num corpo avançado e ladeado por dois poderosos contrafortes - um elemento claramente comprometido com o românico -, não possui tímpano e os capitéis das arquivoltas são integralmente vegetalistas (C. A. Ferreira de Almeida, 1986b, p.68). Igualmente gótica é a organização espacial interna. Ao que tudo indica, a construção trecentista optou por arcos torais e formeiros, uma solução vigente em alguns edifícios românicos e com uma longa duração na tradição construtiva galega. A atenção que os condes dedicaram à igreja determinou, no entanto, que uma remodelação do século XV suprimisse este esquema e dotasse o interior da Matriz com uma espacialidade vincadamente mendicante (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43). Um espaço que numa primeira abordagem poderia significar um dos primeiros testemunhos góticos no Entre-Douro-e-Minho, pertence efectivamente ao século XV, dado que, a juntar às remodelações quinhentistas e setecentistas, apenas vem confirmar a necessidade de um estudo monográfico rigoroso sobre a história da Matriz de Barcelos em relação com a casa ducal.

Nos alvores da Modernidade, a Igreja Matriz de Barcelos era o principal templo da localidade e um dos mais importantes da região. É por este facto que vamos ver aparecer, nesta altura, algumas capelas funerárias privadas e enterramentos isolados no espaço da Matriz-Colegiada. De todos eles, o mais importante é o da família Pinheiro, cujo paço se localiza muito perto do monumento. Este panteão, datável dos meados do século XVI, constitui um dos melhores testemunhos da arte renascentista no Entre-Douro-e-Minho. Outras obras marcaram a transição para a Idade Moderna, como a nova abóbada da capela-mor, obra manuelina, de perfil estrelado, custeada em 1504 por um judeu local, D.Gil da Costa, cujo nome e data constam do bocete central. Posteriormente, todo o interior do templo foi decorado ao gosto barroco, datando dos séculos XVII e XVIII o notável conjunto de retábulos e, principalmente, o integral revestimento das paredes com azulejos azuis e brancos, importados de Lisboa e das grandes oficinas de inícios de Setecentos. (Fonte IGESPAR)

FONTE: DGEMN - Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais


Igreja Matriz de Barcelos / Igreja de Santa Maria Maior PT010302140007 Portugal, Braga, Barcelos, Barcelos

Arquitectura religiosa, gótica, barroca, maneirista, revivalista. Igreja paroquial de estrutura gótica, reconstruída sobre uma pré-existência românica, de planta longitudinal de três naves, que apenas se evidenciam na fachada arcaizante através dos contrafortes, com quatro tramos, e cabeceira neogótica, resultante das obras do séc. 20, tripartida com abside rectangular e absidíolos poligonais. Apresenta torre sineira setecentista de planta quadrangular e diversos volumes correspondentes a capelas, sacristia e arrumos, resultantes das profundas alterações que a igreja sofreu durante o séc. 16, 17 e 18. No remate de algumas das fachadas surgem cornijas decoradas com perlado e cachorradas simples. Portal principal com esbarro da fachada e contrafortes simulando alfiz, profundo, em arco quebrado, de estrutura gótica, com cinco arquivoltas quebradas, decoradas, de lados verticais e remate arredondado, assentes em finos colunelos redondos e prismáticos. Os capitéis apresentam decoração com temas vegetalistas e naturalistas, seguindo as regras góticas, e motivos historiados, de tradição românica, como duas aves bebendo do mesmo vaso, animas devorantes e aves de pescoços enlaçados. Interiormente, assemelha-se às igrejas de Paço de Sousa (v. PT011311220003), Travanca (v. PT011301360003) ou Pombeiro (v. PT011303150001), da fase mais evoluída do românico do Baixo Minho e Douro Litoral, com características da arquitectura religiosa gótica do Norte, como a volumetria ligeiramente atarracada e ao nível da iluminação bastante escura, evidenciando a arquitectura gótica mendicante com fachadas laterais rasgadas por frestas de dois lumes em arco quebrado, e nos topos da nave central por rosáceas. As naves são separadas por arcaria quebrada assente em pilastras cruciformes, com colunas adossadas a cada uma das faces. Os capitéis ainda com morfologia românica possuem temática decorativa do séc. 14, historiados, com pequenos cestos ornamentados com elementos vegetalistas, heráldicos, do quotidiano e zoomórficos. A cobertura das naves é de madeira com o travejamento à vista. A cabeceira, primitivamente semi-circular, apresenta coberturas em abóbadas polinervadas, rasgadas por altas frestas quebradas, surgindo nas paredes laterais da capela-mor janelas maineladas, recordando a solução de Santiago de Compostela, sugerindo que os absidíolos seriam mais baixas. Portal lateral, de feição maneirista, com arco pleno enquadrado por pilastras e aletas recortadas, sobre o qual se desenvolve edícula com pilastras molduradas e aletas recortadas, e remate em frontão triangular. Carneiro dos Pinheiros, maneirista, inserido em arcosólio com pilastras com altos pedestais e capitéis jónicos e frontão triangular. Da mesma época são os retábulos de Santa Apolónia e de Nossa Senhora das Dores, que seguem um esquema arquitectónico, baseado nos portais da tratadística de Vignola. De talha em branco, o de Nossa Senhora das Dores, com apontamentos dourados, planta recta de três eixos enquadrados por colunas torsas intensamente relevadas. O ático é constituído por tabela, enquadrada por pilastras e aletas volutadas, e rematada por frontão. No séc. 18 a igreja foi revestida a azulejos figurativos joaninos com temática Mariana, envolvidos por arquitectura ilusória e a sacristia com silhar de cenas do quotidiano substituindo o antigo revestimento de padrão seiscentista. De talha em branco com apontamentos dourados, joanina, surge o grande órgão, o cadeiral e o retábulo da Imaculada Conceição. Grande órgão de tubos com castelos em meia cana escalonados e por nichos sobrepostos decorados com gelosias em cortina. Remates com motivos fitomórficos, putti e coroa real fechada, grandes anjos tocando trompetas francesas e pináculos. Apresenta balaustrada decorada com conchas, idêntica à grade que fecha a capela do Santíssimo Sacramento. O cadeiral, de alto espaldar recto com painéis moldurados, ritmados por quarteirões, é decorado com composições fitomórficas, zoomórficas, putti e pináculos piramidais. Retábulo da Imaculada Conceição de planta recta de um só eixo com quarteirões e remate recortado composto por elementos fitomórficos com pelicano. Retábulo da capela do Santíssimo Sacramento, barroco nacional, de talha dourada, planta côncava, de um só eixo, com tribuna albergando trono, enquadrada por colunas pseudo-salomónicas, prolongadas em arquivolta, e assentes em modilhões, com sacrário integrando a estrutura retabular. Na decoração predominam os pâmpanos, pássaros e querubins. Os restauros do séc. 20 procuraram devolver ao edifício as suas características primitivas, perdidas durante os restauros sofridos nomeadamente nos séc. 17 e 18, com a recriação sobre o pórtico principal da primitiva rosácea, a reconstrução das três capelas da cabeceira, a reprodução de alguns capitéis das naves e a remoção do coro-alto.

BARCELOS

Fonte: Dr. Teotónio da Fonseca "O Concelho de Barcelos Aquém e Além-Cávado", Barcelos, SCMB/CMB, 1987.ão

Designação - Igreja Matriz de Barcelos Outras Designações - Igreja de Santa Maria Maior, matriz de Barcelos Categoria / Tipologia - Arquitectura Religiosa / Igreja

Localização

Divisão Administrativa - Braga / Barcelos / Galegos (Santa Maria)

Endereço / Local - Rua Dr. Miguel Fonseca, Barcelos
Largo do Município, Barcelos

Protecção

Situação Actual - Classificado

Categoria de Protecção - Classificado como MN - Monumento Nacional

Cronologia - Decreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto)

ZEP - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954

Abrangido em ZEP ou ZP - Sim

Nota Histórico - Artistica

A igreja de Santa Maria Maior de Barcelos situa-se num tempo artístico de transição, entre o fim da arte românica e o início do ciclo construtivo gótico. Algumas das soluções construtivas e decorativas aqui empregues participam destas duas artes, que começaram por ser antagónicas, pelo menos na região da Île-de-France, onde nasceu o Gótico, mas que, em zonas periféricas, se mesclaram e interpenetraram, formando um estilo de transição a que muitos chamam românico-gótico.

A iniciativa construtiva deveu-se ao conde D. Pedro, no século XIV, depois de estarem concluídos os exemplos marcantes do Gótico mendicante de Santarém, do Olival de Tomar ou de Santa Clara-a-Velha de Coimbra. O seu aspecto compacto e arcaizante, em consequência da implantação geográfica da velha nobreza românica, deve-se também ao facto de a iniciativa condal trecentista ter-se situado ao nível de uma provável remodelação do edifício, e não de uma construção de raíz.

Várias hesitações construtivas identificadas na igreja parecem apontar para essa realidade remodeladora. O facto de a nave norte ser mais larga que a sul ou de os capitéis parecerem ser maioritariamente do século XIV, por oposição às bases de colunas ainda românicas (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43) faz-nos pensar nessa possibilidade. Por outro lado, a história da vila de Barcelos, com foral desde D. Afonso Henriques e sede de condado desde D. Dinis, é uma factor de importância vital para a provável concentração de uma actividade construtiva relevante e que não terá começado certamente apenas no século XIV.

Apesar do aspecto geral românico, a matriz barcelense deve inserir-se já no período gótico, como o portal principal bem o evidencia. Inserido num corpo avançado e ladeado por dois poderosos contrafortes - um elemento claramente comprometido com o românico -, não possui tímpano e os capitéis das arquivoltas são integralmente vegetalistas (C. A. Ferreira de Almeida, 1986b, p.68). Igualmente gótica é a organização espacial interna. Ao que tudo indica, a construção trecentista optou por arcos torais e formeiros, uma solução vigente em alguns edifícios românicos e com uma longa duração na tradição construtiva galega. A atenção que os condes dedicaram à igreja determinou, no entanto, que uma remodelação do século XV suprimisse este esquema e dotasse o interior da Matriz com uma espacialidade vincadamente mendicante (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43). Um espaço que numa primeira abordagem poderia significar um dos primeiros testemunhos góticos no Entre-Douro-e-Minho, pertence efectivamente ao século XV, dado que, a juntar às remodelações quinhentistas e setecentistas, apenas vem confirmar a necessidade de um estudo monográfico rigoroso sobre a história da Matriz de Barcelos em relação com a casa ducal.

Nos alvores da Modernidade, a Igreja Matriz de Barcelos era o principal templo da localidade e um dos mais importantes da região. É por este facto que vamos ver aparecer, nesta altura, algumas capelas funerárias privadas e enterramentos isolados no espaço da Matriz-Colegiada. De todos eles, o mais importante é o da família Pinheiro, cujo paço se localiza muito perto do monumento. Este panteão, datável dos meados do século XVI, constitui um dos melhores testemunhos da arte renascentista no Entre-Douro-e-Minho. Outras obras marcaram a transição para a Idade Moderna, como a nova abóbada da capela-mor, obra manuelina, de perfil estrelado, custeada em 1504 por um judeu local, D.Gil da Costa, cujo nome e data constam do bocete central. Posteriormente, todo o interior do templo foi decorado ao gosto barroco, datando dos séculos XVII e XVIII o notável conjunto de retábulos e, principalmente, o integral revestimento das paredes com azulejos azuis e brancos, importados de Lisboa e das grandes oficinas de inícios de Setecentos. (Fonte IGESPAR)

FONTE: DGEMN - Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais


Igreja Matriz de Barcelos / Igreja de Santa Maria Maior PT010302140007 Portugal, Braga, Barcelos, Barcelos

Arquitectura religiosa, gótica, barroca, maneirista, revivalista. Igreja paroquial de estrutura gótica, reconstruída sobre uma pré-existência românica, de planta longitudinal de três naves, que apenas se evidenciam na fachada arcaizante através dos contrafortes, com quatro tramos, e cabeceira neogótica, resultante das obras do séc. 20, tripartida com abside rectangular e absidíolos poligonais. Apresenta torre sineira setecentista de planta quadrangular e diversos volumes correspondentes a capelas, sacristia e arrumos, resultantes das profundas alterações que a igreja sofreu durante o séc. 16, 17 e 18. No remate de algumas das fachadas surgem cornijas decoradas com perlado e cachorradas simples. Portal principal com esbarro da fachada e contrafortes simulando alfiz, profundo, em arco quebrado, de estrutura gótica, com cinco arquivoltas quebradas, decoradas, de lados verticais e remate arredondado, assentes em finos colunelos redondos e prismáticos. Os capitéis apresentam decoração com temas vegetalistas e naturalistas, seguindo as regras góticas, e motivos historiados, de tradição românica, como duas aves bebendo do mesmo vaso, animas devorantes e aves de pescoços enlaçados. Interiormente, assemelha-se às igrejas de Paço de Sousa (v. PT011311220003), Travanca (v. PT011301360003) ou Pombeiro (v. PT011303150001), da fase mais evoluída do românico do Baixo Minho e Douro Litoral, com características da arquitectura religiosa gótica do Norte, como a volumetria ligeiramente atarracada e ao nível da iluminação bastante escura, evidenciando a arquitectura gótica mendicante com fachadas laterais rasgadas por frestas de dois lumes em arco quebrado, e nos topos da nave central por rosáceas. As naves são separadas por arcaria quebrada assente em pilastras cruciformes, com colunas adossadas a cada uma das faces. Os capitéis ainda com morfologia românica possuem temática decorativa do séc. 14, historiados, com pequenos cestos ornamentados com elementos vegetalistas, heráldicos, do quotidiano e zoomórficos. A cobertura das naves é de madeira com o travejamento à vista. A cabeceira, primitivamente semi-circular, apresenta coberturas em abóbadas polinervadas, rasgadas por altas frestas quebradas, surgindo nas paredes laterais da capela-mor janelas maineladas, recordando a solução de Santiago de Compostela, sugerindo que os absidíolos seriam mais baixas. Portal lateral, de feição maneirista, com arco pleno enquadrado por pilastras e aletas recortadas, sobre o qual se desenvolve edícula com pilastras molduradas e aletas recortadas, e remate em frontão triangular. Carneiro dos Pinheiros, maneirista, inserido em arcosólio com pilastras com altos pedestais e capitéis jónicos e frontão triangular. Da mesma época são os retábulos de Santa Apolónia e de Nossa Senhora das Dores, que seguem um esquema arquitectónico, baseado nos portais da tratadística de Vignola. De talha em branco, o de Nossa Senhora das Dores, com apontamentos dourados, planta recta de três eixos enquadrados por colunas torsas intensamente relevadas. O ático é constituído por tabela, enquadrada por pilastras e aletas volutadas, e rematada por frontão. No séc. 18 a igreja foi revestida a azulejos figurativos joaninos com temática Mariana, envolvidos por arquitectura ilusória e a sacristia com silhar de cenas do quotidiano substituindo o antigo revestimento de padrão seiscentista. De talha em branco com apontamentos dourados, joanina, surge o grande órgão, o cadeiral e o retábulo da Imaculada Conceição. Grande órgão de tubos com castelos em meia cana escalonados e por nichos sobrepostos decorados com gelosias em cortina. Remates com motivos fitomórficos, putti e coroa real fechada, grandes anjos tocando trompetas francesas e pináculos. Apresenta balaustrada decorada com conchas, idêntica à grade que fecha a capela do Santíssimo Sacramento. O cadeiral, de alto espaldar recto com painéis moldurados, ritmados por quarteirões, é decorado com composições fitomórficas, zoomórficas, putti e pináculos piramidais. Retábulo da Imaculada Conceição de planta recta de um só eixo com quarteirões e remate recortado composto por elementos fitomórficos com pelicano. Retábulo da capela do Santíssimo Sacramento, barroco nacional, de talha dourada, planta côncava, de um só eixo, com tribuna albergando trono, enquadrada por colunas pseudo-salomónicas, prolongadas em arquivolta, e assentes em modilhões, com sacrário integrando a estrutura retabular. Na decoração predominam os pâmpanos, pássaros e querubins. Os restauros do séc. 20 procuraram devolver ao edifício as suas características primitivas, perdidas durante os restauros sofridos nomeadamente nos séc. 17 e 18, com a recriação sobre o pórtico principal da primitiva rosácea, a reconstrução das três capelas da cabeceira, a reprodução de alguns capitéis das naves e a remoção do coro-alto.

BARCELOS

Fonte: Dr. Teotónio da Fonseca "O Concelho de Barcelos Aquém e Além-Cávado", Barcelos, SCMB/CMB, 1987.


COLEGIADA DE SANTA MARIA DE BARCELOS

NÍVEL DE DESCRIÇÃO

Fundo Fundo

CÓDIGO DE REFERÊNCIA

PT/TT/CSMB

TIPO DE TÍTULO

Atribuído

DATAS DE PRODUÇÃO

1313 A data é certa a 1888 A data é certa

DIMENSÃO E SUPORTE

25 liv., 13 mç.; perg., papel

HISTÓRIA ADMINISTRATIVA/BIOGRÁFICA/FAMILIAR

A Igreja Colegiada de Santa Maria de Barcelos pertenceu ao arcebispado de Braga.

Após a extinção das colegiadas pela Carta de Lei de 16 de Junho de 1848, a instrução do cardeal patriarca de Lisboa, de 17 de Setembro, publicada no Diário de Governo n.º 127, e Decreto Regulamentar de 27 de Dezembro de 1849, só foram conservadas as colegiadas insignes: de São Martinho de Cedofeita, de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, de Santa Maria da Alcáçova de Santarém, da Real Capela de Vila Viçosa, da Real Capela do Paço da Bemposta, de São João Baptista de Coruche, de Santa Maria de Barcelos, de Santo Estêvão de Valença do Minho, extintas pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1869, art.º 1.º. Os rendimentos e benefícios que fossem vagando, eram aplicados para sustentação do culto e do clero.

A Colegiada foi conservada por Carta Régia de 8 de Agosto de 1859, dirigida ao arcebispo primaz de Braga. Os estatutos foram aprovados por Decreto de 17 de Novembro de 1864. A Colegiada era constituída pelo prior da igreja paroquial, presidente, e por sete beneficiados, um deles com o título de chantre.

HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA

Em 1906, por ofício de 17 de Julho, a Secretaria Geral das Bibliotecas e Arquivos Nacionais remeteu uma arca de documentos da extinta Colegiada de Barcelos para a Torre do Tombo, requerendo a conferência dos documentos com a relação junta.

ÂMBITO E CONTEÚDO

Contém testamento, verba e cláusulas de testamentos, demanda, procurações, contratos, sentenças, posse, cartas de arrendamento, de doação, de quitação, de venda, de emprazamento, de escambo, cópia de acórdão, ofícios, cópias e minutas para ofícios, atestados, certidões, traslados de conflitos, registos de entradas e saídas de clérigos, priores e mestres-escola, documentos relativos à criação do arciprestado da Igreja de Santa Maria de Barcelos, às contas e aplicações dos rendimentos da dita Igreja, os estatutos da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, livros de termos, de contas do cabido, de ponto, de registo, carta régia de D. João V, carta circulatória e de anexação de igrejas.

A documentação refere Papa Urbano VIII, D. João, D. Lourenço, D. Martinho de Sousa, D. Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispos de Braga, D. Pedro, bispo de Salamanca, Estêvão Plágio, vigário geral de Braga, Gil da Costa, bacharel Martim Vaz, D. Pedro de Castro, os doutores Manuel Leite, Manuel Valejo, Luís Álvares, Jerónimo de Mesquita e Mendonça, Inácio Bandeira Herédia, André de Sousa da Cunha, Baltasar Malheiro Reimão, Heitor de Brito Pereira, Bernardo Peres de Almeida Vidal, os priores da Igreja de Santa Maria de Barcelos, Cristóvão de Matos, mestre-escola da Sé Primaz, Belchior Machado de Amaral, António Machado Carneiro da Costa Brandão, Inácio Pereira Cibrão, reverendos, José Maria Paes de Vilas Boas, João Bernardo Pacheco, João Vaz Vieira de Melo da Cunha, Francisco de Amorim, Francisco António Gomes Alves Rodrigues de Aguiar, os cónegos, Francisco José de Gouveia de Morais Sarmento, médico da cidade do Porto, Domingos António da de Carvalho Flores, médico cirurgião em Vila do Conde, as Igrejas de Santiago de Vila Seca, de Santa Maria da Ponte de Barcelos, de Santa Maria de Germonde, de Vila Frescaínha, de São Martinho de Courel, de Faria, de Milhazes, de São Romão de Milhazes, de São Jerónimo, situada em Vila Viçosa, de Santa Maria de Faria, de São Miguel de Arcos, de Vilar de Figos, o Recolhimento do Menino Deus, as Capelas do Senhor da Cruz da Vila de Barcelos, de Santo António, Capela-mor da Igreja de Santa Maria Madalena, as Confrarias de Nossa Senhora dos Prazeres e Almas, do Senhor Bom Jesus da Cruz, de Nossa Senhora da Misericórdia da Vila de Barcelos, das Almas de Barcelinhos, a Irmandade de Nossa Senhora da Graça e a Colegiada de São João Baptista.

Refere também Vicente Miguéis, Álvaro Esteves, Martim Gil, Joane Afonso, Vasco Esteves, Martim Pais, Beatriz Pires, Gonçalo Lourenço, Gonçalo Domingues, Francisco Domingues, Maria Igual, Álvaro Gonçalves, Afonso Domingues, Maria Francisca, Sancha Gonçalves, António Peres, Maria Anes, Catarina Peres, Leonor Vasques, Gonçalo Muxam, Joana Gonçalves, Pero Velho, Luís Anes, João Afonso, Domingas Durovenha, Pedro Calvo, Maria Miguéis, Diogo Fernandes, João Carreira, Catarina Esteves, Vasco Borges, Joana do Carregal, Catarina Lourenço, Gonçalves Ribeiro, Margarida Afonso, Fernão Pereira, Isabel de Faria, Afonso Rei, João de Galves, Afonso do Castanheiro, Pero Gonçalves, Isabel Gonçalves, Francisco Fernandes, Catarina Fernandes, André Luís, Maria Gil, Gonçalo Álvares, Pero Fernandes, Henrique Videira, Diogo Gomes, Ana Martins, Sebastião Pires, Filipe Anes, Martinho Vaz, Álvaro Gonçalves, Pedro Gouveia, Armado Manuel Nogueira, João Coelho de Azevedo, Bento Rosa da Rocha, Miguel de Daria Machado, António José Veloso da Costa, Antónia Joaquina, António de Campos, Manuel Gonçalves Moreira, João Gonçalves, José Joaquim Lopes Moniz, Francisco Plácido da Graça de Sousa Lima, Joaquim da Assunção Ferreira Vale, João Baptista Maciel, Ricardo José da Silva, Manuel José de Figueiredo, Manuel Gomes Seara, Marcos António da Silva Pinto, Constantino Fernandes, Ana Maria, José Bento Gonçalves Barroso, Henrique Gonçalves, José de Azevedo Meneses Cardoso Barreto, Manuel António Dias de A. Monteiro, Constantino de Sousa de Meneses, Manuel Ribeiro de Sousa, Jacinto António da Costa, António José Veloso da Costa, António Ferraz Barreto, João Bernardo Pacheco, João Francisco Novais, Luís Jacinto Pinheiro da Cunha, Sofia Rosa, Vicente Maurício Máximo da Silva Barbosa, António Luís Pereira Carneiro da Fonseca, Germano Lopes de Oliveira, Domingos Joaquim Pereira, Joaquim António Pinto de Sá Passos, José António Machado Júnior, António da Costa Mendonça Pereira de Vasconcelos, Vilas Boas Caminha, Francisco de Paços de Almeida Pimentel.

Refere ainda os cargos, categorias e profissões de escudeiros, cavaleiro, mercadores, porteiro, negociante, organista, contador, lavradores, alfaiate, masseiro, criado, barbeiro, tintureiro, carniceiro, ferreiro, sapateiro, tesoureiros, pedreiro.

Fundos Eclesiásticos; Diocesanos - Braga

SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO

Ordenação numérica específica para cada tipo de unidade de instalação (livros e maços).

CONDIÇÕES DE ACESSO

Contém documentos retirados da consulta.

INSTRUMENTOS DE PESQUISA

ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.

Catálogo dos documentos da Colegiada de Barcelos, maços 1 a 4 (C 299).

Catálogo dos documentos da Colegiada de Barcelos, maço 5. Ofícios, contratos, procurações, escrituras e papéis avulsos (C 300).

Catálogo dos documentos do maço 13 da Colegiada de Barcelos (C 1086).

Inventário da Colegiada de Barcelos (L 286) f. 3-13.

UNIDADES DE DESCRIÇÃO RELACIONADAS

Arquivo Distrital de Braga, Registo geral, "Livro das confirmações de D. Fernando Guerra", (1423-1468), liv. 329, f. 26, 53; liv. 10, f. 10-11v.º (estatutos de D. Fernando da Guerra para a colegiada de Barcelos canonicamente por ele erecta em 1464)

Portugal, Torre do Tombo, Arquivo da Casa da Coroa (GF), Documentos privados (Col.), Núcleo Antigo 312. Corresponde ao tomo dos bens da Igreja de São Miguel de Arcos doados pelo mestre escola e cónego da Colegiada

Portugal, Torre do Tombo, Arquivo da Casa da Coroa (GF), Feitos da Coroa (F), Padroado Real (SR), Núcleo Antigo 121, f. 186 v.-187.

NOTAS DE PUBLICAÇÃO

MARQUES, José - "A Arquidiocese de Braga no séc. XV". [Lisboa], Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1988. p. 17-22, 89, 293, 495-517, 530, 580, 660, 728, 837, 958, 960, 964, 976, 980-981, 1086, 1128, 1134. Contém o estudo da Colegiada de Santa Maria de Barcelos (antecedentes e instituição canónica, organização, priores, bens e análise dos documentos a esta pertencentes) a partir de fontes da Torre do Tombo e do Arquivo Distrital de Braga.

DATA DE CRIAÇÃO

03/03/2011 00:00:00

ÚLTIMA MODIFICAÇÃO

07/01/2020 09:44:40

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